segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vicky, Cristina e Barcelona...tudo dentro de mim.


Ontem à noite saí de casa pra ver a peça "Hilda Hilst - o espírito da coisa", já estava pronta em matéria e espírito quando li no site que dia de sexta era mais barato. Hummm...pensei...vou deixar pra sexta e aproveitar pra ir na feirinha do Center 3 dá uma olhada no que tá rolando de novidade no mundo da moda alternativa em SP, depois passo no HSBC pra ver "Vicky Cristina Barcelona".

Bom, meu intuito de economizar foi por água a baixo, acabei comprando umas coisas lindas e 'necessárias' (deus me dê grana).

20H00 estava eu lá no HSBC (o filme começava às 21h30)..toma café e vai ler a Bravo desse mês que tá com a matéria da Fernanda Montenegro em seu monólogo sobre Simone de Beauvoir 'Viver sem tempos mortos'. Sem cenário, só uma cadeira e uma luz, ela sentada discorre sobre as cartas dessa escritora feminista que foi casada com Jean-Paul Sartre. Simone escreveu 'O segundo sexo' e foi grande protagonista da mudança de comportamento da mulher no mundo em 1949, vale ressaltar que nessa época, ela e Sartre já mantinham uma relação aberta e se cercavam de vários parceiros sexuais. Aiaiaiaiiii. Será que é possível
mesmo?

Bom, vamos lá..o filme começa.
Duas amigas chegam a Barcelona..a cidade dos meus sonhos! Ficam numa casa de um casal rico (coisa chata) e lá vão passar um verão inesquecível.




Digo que tenho Vicky dentro de mim, porque ela é o que eu era até pouco tempo atrás antes de tentar ter uma relação aberta (ó eu seguindo a Simone). EXTREMAMENTE FIEL, tremia nas bases a qualquer sombra de aproximação masculina, era inteiramente DELE e c-o-r-r-e-t-í-s-s-i-m-a! Na melhor das traduções TRAVADA!

Depois que o mundo nos mostra que é bem mais interessante você relaxar e se entregar pra uma vida mais sincera consigo mesma, que o inferno não existe, e você não vai queimar nas profundezas de Hades se 'deixar rolar as emoções', até porque a maioria dos homens não
fazem isso, então porque se reprimir sozinha?


Daí vem meu lado Cristina, uma mulher livre e disposta a experimentar tudo e mais um pouco o que a vida tem para oferecer sem medo ou culpas. Porque gente, é isso que a gente leva da vida, e mais que isso, é esse o propósito do vida...SER FELIZ e mais nada. Então Cristina vai se envolver com um artista plástico que ainda não tinha conseguido se desvencilhar de sua ex mulher (Penélope Cruz - onde me vi pela terceira vez, uma mulher caótica, estérica, forte, criativa e imprevisível).


Aquele casal me lembrou algo muito familiar...eles eram violentíssimos!! E se amavam...e algo não dava certo. Aí para minha surpresa os três (Cristina, Penélope - não me lembro o nome de sua personagem, e Antônio) vão viver uma relação mais-do-que-aberta. Essa situação ainda não vivi, pelo menos dentro da mesma casa, porque ai é meu lado Vicky que insiste em permanecer de alguma forma.


Mas digo, por tudo que passei nesses últimos tempos, acho que não estou muito distante disso não. Não que eu queira viver assim, e sim porque a vida foi tomando um rumo que me obrigava a ser...desprendida. E acho que poucas mulheres suportariam viver a experiência que tive.

Coisas da vida.

Só sei que valeu a pena ter assistido o filme, e mais do que tudo...quanto mais eu a vejo mais tenho a certeza de que quando crescer (em alma pelo menos) quero ser Penélope Cruz!





sexta-feira, 8 de maio de 2009

Acho que não sei mais escrever


estou aqui, e agora?
forçar-me a dialogar comigo mesma.

eu e meu duplo, minha sombra, meu ego.

eco


...estou feliz com minha escolha, mas às vezes me sinto só.
A solidão das grandes cidades e as pessoas que não sabem se são educadas ou arrogantes. Vivem com suas questões e seus super-egos.


Será?

Essa pergunta não sai da minha cabeça. Ligo ou não ligo? Ligo. Estou me sentindo uma imbecil também. Sei que fiz a escolha certa, mas segundo Hilda 'tu não te moves de ti' . Valderez está me ensinando a desenvolver mais o raciocínio e a ter críticas. Mas antes não devo aprender a criticar a mim mesma?

Onde está o botão que apaga em mim aquele sentimento que não quero mais? Ou aquele cientista que descobriu onde apagar da memória aquela lembrança que não lhe serve? Estou brigando com minha memória.

Grande aprendizado esse aqui. Não é nada fácil viver distante do seu mundo confortável. Longe de tudo, da sua origem, do seu círculo de pessoas queridas e aventurar-se em outro mundo um tanto distante, em busca daquele sonho mais alto, de poder mergulhar num mar de possibilidades e não naquela piscina rasa.


Aqui tudo é distante, difícil, caro e frio.

Cada um por si, e alguns ajudando...mas é tudo tão difícil, e mesmo assim aqui permaneço, pois as portas estão se abrindo, os canais estão se abrindo de interlocução para com as possibilidades do crescimento que estou almejando.


Não ia adiantar ficar lá em nome de nada! Então porque a dor? Se já está decidido e feito. E pior, não se tem vontade de se desfazer. Não há possibilidade de voltar, a não ser a minha infância, em busca de colher material para Lori.

E aqui fico
E aqui permaneço
Com dores
Amarguras
Momentos e instantes felizes na certeza da escolha correta.

A saudade passa, como tudo passa e o que importa é estar em busca de sua realização.


E ainda pergunto: Se você tiver que escolher entre você e seu amor você escolhe quem?