terça-feira, 16 de março de 2010

Oficinas de DJ para mulheres



Já foi a época de reclamar do espaço restrito da mulher no hip hop. O fazer é muito mais importante e é esse o lema que a Applebum, crew formada por cinco DJeias paulistanas, escreveu em sua bandeira.

Prova disso é o Hip Hop de Salto, projeto aprovado pelo Fundo Elas, um misto de oficina, workshop e apresentação, que envolve não só o rap, mas também os outros elementos da cultura hip hop.

As ações começam em março, com a série de oficinas ministradas pelas próprias DJs. Em três meses, as alunas inscritas serão divididas em grupos e terão uma aula por semana na e-djs. As futuras DJeias aprendem técnicas de mixagem e de turntablism – a arte de manipular sons com vinis –, e treinam para uma apresentação em um dos workshops organizados pela crew.

Se você tem vontade de ser DJ ou apenas curiosidade, e é do sexo feminino, garanta já a sua vaga.

O projeto Hip Hop de Salto procura meninas interessadas na discotecagem devido a pouca procura de mulheres neste seguimento.

Serão 4 turmas (de no máximo 5 meninas, garotas ou mulheres de qualquer idade) ministradas nos estúdios da e-djs (www.e-djs.com.br) na tradicional Galeria Presidente no centro de SP.

Escolha seu melhor horário:
Turma 1 – Início dia 27 de março aos sábados das 17h às 19h
Turma 2 – Início dia 26 de março às sexta-feiras das 18H30 às 20H30
Turma 3 – Início dia 31 de março às quarta-feiras das 18H30 às 20H30
Turma 4 – Início dia 30 de março às terça-feiras das 11H às 13H

Para se inscrever, envie nome completo, telefone e o motivo pelo qual gostaria de fazer parte das oficinas do Hip Hop de Salto para o e-mail hiphopdesalto@gmail.com. Aguarde uma resposta da equipe confirmando sua participação.

Boa sorte!

quarta-feira, 10 de março de 2010

O teatro e seu duplo

Uma verdadeira peça de teatro perturba o repouso dos sentidos, libera o incosciente comprimido, leva uma espécie de revolta virtual e que aliás só poderá assumir todo seu valor se permanecer virtual, impõe às coletividades reunidas uma atitude heróica difícil.

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O teatro, como a peste, é uma crise que se resolve pela morte ou pela cura. E a peste é um mal superior porque é uma crise completa após a qual resta apenas a morte ou uma extrema purificação. também o teatro é um mal porque é o equilíbrio supremo que não se adquire sem destruição. Ele convida o espírito a um delírio que exalta suas energias; e para terminar pode-se observar que, do ponto de vista humano, a ação do teatro, como a da peste, é benfazeja pois, levando os homens a se verem como são, faz cair a máscara, põe a descoberto a mentira, a tibieza, a baixeza, o engodo; sacode a inércia asfixiante da matéria que atinge até os dados mais claros dos sentidos; e, revelando para coletividades o poder obscuro delas, sua força oculta, convida-as assumir disante do destino uma atitude heróica e superior que, sem isso, nunca assumiriam.

E a questão que agora se coloca é saber se neste mundo em declínio, que está se suicidando sem perceber, haverá um núcleo de homens capaz de impor essa noção superior do teatro, que devolverá a todos nós o equivalente natural e mágico dos dogmas que não acreditamos mais.

Antonin Artaud

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Todas as mulheres do mundo

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Em Todas as Mulheres do Mundo Leila Diniz se projeta como atriz e personalidade, atuando numa história dirigida por Domingos de Oliveira, que incorporou claras referências à vida em comum do casal.O falecimento de Leila Diniz, aos 27 anos, causou comoção nacional e deu início à formação do mito em torno da mulher considerada revolucionária, que rompeu tabus e conceitos através de suas idéias e atitudes.




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Masturbação na encenação

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Em uma conversa com um amigo sobre teatro, e mais especificamente sobre a 'masturbação' no teatro, ou melhor o ato de se masturbar no palco como parte da encenação; esse amigo me informou sobre um espetáculo em que Fernanda Torres se masturbava não somente no palco, como também na frente da sua mãe, Fernanda Montenegro, com quem contracenava.

Impressionada com a proeza, destreza, força, coragem e atitude resolvi fazer uma google-pesquisa e achei algumas coisas sobre essa peça que foi dirigida por Gerald Thomas e viajou mundo à fora.

No vídeo, uma entrevista com a própria Fernanda onde ela relata essa experiência.

Aproveitem.

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The Flash and Crash Days




Dirigido por Gerald Thomas, marca a primeira parceria entre Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, encarnando duas gerações que se enfrentam.

O espetáculo começa com uma gravação, na voz do diretor, em que o narrador descreve a mulher que ele vê de sua janela. Moradora do 86º andar do Empire State, um edifício sem portas, ela teria desaparecido em 1954, depois de pichar em um muro uma homenagem às vítimas de guerras, censura e processos políticos. Feito de muitas imagens e pequenos textos esparsos, o espetáculo enfoca duas figuras que lutam entre si, buscando se sobrepor uma à outra, que se agridem, dançam e trocam carinhos. Os outros dois atores, Luiz Damasceno e Ludoval Campos, atuam como lembranças da mulher, como fantasmas e sensações.

Misturando comicidade e grotesco, bufonaria e terror, o autor-diretor propõe a metáfora do jovem e do velho, do meio e do fim, para falar do eterno retorno. Ao mesmo tempo, faz um jogo de sentido com a mãe e a filha, ambas atrizes, para enfatizar a própria encenação e a idéia de que a representação deve ser jogo e não referência da realidade. O confronto, que mescla expressionismo e minimalismo, inclui a imagem de uma flecha atravessada no corpo de Fernanda Montenegro, lançamento de granada, bolo na cara, uma troca melancólica de pirulitos entre as duas mulheres, masturbação, a mão da morta que ganha vida e puxa um revólver.

Segundo o diretor, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o objetivo é ser ao mesmo tempo nojento e divertido.

O cenário de Daniela Thomas colabora para dimensionar o conflito para além dos limites da psicologia e da intimidade, representando uma cidade em miniatura. Como em outras encenações, a cenógrafa utiliza o efeito mágico que torna as paredes transparentes e ao mesmo tempo tela para o desenho da luz. A trilha sonora, assinada pelo diretor, mistura Philip Glass, Wagner, Gorecky e Billie Holliday, fazendo às vezes fusão entre composições antigas e efeitos de teclado.

O espetáculo impressiona não apenas pela encenação e pela atuação das duas atrizes, mas pela entrega e disposição de Fernanda Montenegro, que tem seqüências nada convencionais em que, por exemplo, se arrasta pelo chão e se contorce até se fechar em posição fetal. Em crítica para o jornal O Estado de S. Paulo, Mariângela Alves de Lima escreve: "The Flash and Crash Days depende muito do repertório histriônico de Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, bastante variado em entonações vocais, caretas e clichês de gestos e movimentos. É preciso conhecer muito para parodiar e ironizar e, nesse e em outros sentidos, o espetáculo é feito sob medida para as duas atrizes. Ambas (...) leves, rápidas e inteligentes para captar o ânimo da platéia. Fazem tudo muito bem enquanto desafiam a sacralização por parte do público. Afinal, todos sabemos que estão em cena, degladiando-se, duas gerações do teatro brasileiro. E não como inocentes úteis".1

Depois da temporada brasileira, no Rio de Janeiro e em São Paulo, o espetáculo é apresentado em Nova York, Paris, Munique, Hamburgo, Lausanne. Volta à cena em 1993, no Rio de Janeiro, e em 1994 se apresenta, pela última vez, em São Paulo.

fonte:

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=espetaculos_biografia&cd_verbete=4096



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