quinta-feira, 25 de abril de 2019

Sobre minhas pernas

Quais as coisas que definem o que a gente é?
O que tem que acontecer pra que a gente perceba que tem alguma coisa errada?
O que te faz viver?
O que te mata?

...e assim o filme começa..






Já tinham me dito que filme tem vida própria, e é verdade. Chega uma hora que ele respira, aceita, recusa e exige muito jogo de cintura. Falando assim parece até um projeto de um longa em que se filma durante semanas...mas se eu disser que tudo aconteceu em 1 semana entre teste e filmagem vocês acreditam? Aí você pergunta: e a preparação? E eu respondo: método Fátima Toledo! Arranhões, tapas, cuspes, ofensas, choro e respiração. Tudo muuuito intuitivo e sob uma pequena consultoria do Diego Andrade (que fez preperação de elenco no Trampolim do forte http://www.youtube.com/watch?v=Z8pr8mZZdRU).






Recebi o convite pra fazer esses teste por acaso, da mesma forma que foi um acaso fazer esse filme, como foi um acaso contracenar e encontrar Paulo Oliveira (meu colega do curso de interpretação pra cinema)...o que me faz sentir dentro de um eterno dejavu deixando aquela sensação de já conhecer profundamente todas essas pessoas. Mas fica a dúvida...será que acaso existe? Porque essa história também fala de caminhos que se cruzam, destinos repaginados, culpas, dramas, tragédias, dor e renascimento.



Aconteceu então que tive minha primeira relação sexual e técnica no cinema e acho que foi a primeira vez de todos ali. Nesse caso, foi muito estranho porque eu fazia uma paraplégica transando...nada confortável de se imaginar, e foi sobre isso que Lincoln falou quando eu perguntei o que ele queria naquela cena:

"o ato sexual é muito pra representar algo naquela mulher, já que em momento algum a gente entra na discussão de ser uma mulher que está numa cadeira de rodas, vira apenas uma condição e acredito eu, uma grande metáfora sobre se relacionar com alguém, precisar de alguém. Eu tentei desde o início fugir da discussão das dificuldades de estar numa cadeira de rodas, elas aparecem ali por que tem que aparecer e é assim (quando ela cai ao tentar pegar a arma, quando ela vai até o portão a gente vai ver também), nosso foco principal seria naquela mulher que está ACIMA da cadeira de rodas. Essa mulher que transa, que sente, que goza, que tenta ajudar, que sente raiva, que supera, que sofre... no final a gente vê que tudo aquilo ali foi sobre ela, podendo estar feliz, triste, ausente ou presente, que transa ou faz amor, que transa ou não, com ou sem senso de humor, esticando ou não as pernas."



Ainda fico digerindo todo esse turbilhão de emoções que alimentou minha alma, toda essa entrega, compromisso, respeito e amor. Na certeza de que estou no caminho certo, fazendo o que gosto, procurando crescer cada vez mais como atriz, como pessoa, como ser humano.

Fico muitíssimo grata a Astúcia Filmes por ter me dado essa oportunidade, e acredito que se veio esse presente é porque está a altura da minha capacidade, isso é sinal que o universo também está acreditando em mim.


Mais feliz



Longa Metragem sobre Divaldo Franco

Em junho de 2018 tive a honra de poder atuar em meu primeiro longa metragem. E para minha felicidade o filme conta a história do maior espírita vivo da atualidade, o mestre baiano Divaldo Franco. Minha participação apesar de curta considero intensa. Fiz uma personagem com certa importância para trama, foram 3 cenas de muita emoção. Que venham os próximos filmes, e que não demorem a chegar. Gratidão a Cine, Clovis e a espiritualidade.




Figurino e caracterização



Minhas parceiras de Cena: Laila Garin e Ana Cecília Costa

O Diretor Clovis Melo

O figurino da minha personagem cuidadosamente organizado na arara do camarim